Piscinão vira ponto de pesca; prática, no entanto, é proibida

por Stefanie Archilli, para o Jornal de Limeira

(Foto: Carlos Gomide)

Pesca é comum, porém proibida, segundo secretário

Com as temperaturas mais elevadas dos últimos dias, muitos pescadores têm retomado suas atividades na lagoa de retenção - o chamado "piscinão", próximo ao viaduto do Jardim Florença - e no córrego da Barroca Funda. O Jornal de Limeira flagrou na tarde de ontem três pescadores no piscinão, onde a pesca é proibida.

O aposentado Pedro Alves Rodrigues, 75 anos, passa a tarde pescando no piscinão pelo menos três vezes na semana. Acompanhado de um guarda-chuva, que ele adaptou e transformou em guarda-sol para se proteger, o aposentado fica no local até o entardecer. "Sempre pesquei, durante toda a minha vida, em Piracicaba e no Tanquinho. Descobri aqui por causa de uns colegas, que também pescam no piscinão", falou.

Segundo ele, não é sempre que os peixes aparecem, mas existem espécies no local. "Já fui abordado por policiais, que disseram que não pode pescar porque a água é suja. Mas tem sempre gente pescando", declarou.

O caminhoneiro José Luiz Branco também começou a pescar no piscinão. "É a segunda vez que venho. Vi pessoas pescando e parei por aqui. Estou desde as 8h (eram 15h) e ainda não pesquei nada", falou o desempregado, que estava com seis varas postas no barranco.

PROIBIÇÃO

De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Domingos Furgione, a pesca é proibida em piscinões, córregos e lagoas da cidade. "Em Limeira, é permitida a pesca somente nas lagoas do Horto Florestal. Na lagoa do Jardim do Lago, a pesca é liberada apenas uma vez por ano - na Sexta-feira Santa. No piscinão, não pode pescar", falou.

Segundo ele, a prefeitura não colocou peixes no piscinão e os animais devem ter vindo do córrego da Barroca Funda. "Aquele local nem é adequado para pesca, pois fica entre duas vias movimentadas. E os pescadores acabam parando o carro no canteiro, o que também é proibido", disse.

Com relação à qualidade da água, ele afirmou que o piscinão não está contaminado. "Fazemos um controle periódico em todas as lagoas e não foi constatado nenhum problema".

Reunião bimestral do Condema discutiu Município Verde Azul/2011

por Kleber Ragazzo, estagiário de jornalismo da Secretaria de Comunicações (Prefeitura de Limeira)

(Foto: Wagner Morente)

Ana Maria e Furgioni Filho conduziram encontro

O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema), por meio do seu presidente Domingos Furgione Filho, realizou nesta quarta-feira, 25 de julho, a 27ª Reunião Ordinária para discussão do Plano Diretor de Saneamento Municipal e do Programa Município Verde Azul/2011.

O presidente e também secretario municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Bioatividades relatou a importância dessa reunião para a população, a qual ocorre a cada 60 dias, para tratar de assuntos sobre o meio ambiente.

Nessas reuniões são realizados projetos, discussões sobre denunciais e análise de propostas do Prefeito, entre outras atividades que envolva o meio ambiente. Furgione Filho ainda declarou “somos um Conselho atuante, pois agimos visando a melhoria na qualidade de vida da população”.

A reunião contou com a presença de representantes do poder público e da sociedade civil, nomeados pelo Prefeito. A engenheira ambiental, Roberta Ribeiro Dalfré, esclareceu o que é o Plano Diretor de Saneamento Municipal, afirmando “o plano traz soluções para três problemas: saneamento - água e esgoto, drenagem de água e manejo de resíduos sólidos”. 

A bióloga da Secretaria, Ana Maria Lucato Vasques, que, junto de Furgione Filho, conduziu a reunião, falou do Programa Município Verde Azul/2011, o qual Limeira participa desde 2008, mas conquistou o certificado em 2011, ficando 102º no ranking dos municípios do Estado de São Paulo.

Ana Maria destacou “o Programa propõe ao município ações para o meio ambiente, como por exemplo: proteção dos mananciais, proteção do ar contra a poluição, proteção da água, projetos de educação alimentar e projetos de arborização urbana, entre outros”.

Situação crítica de furtos no Zoo levam secretários a registrar novos BOs

por Renata Caram e Danilo Janine, para o Jornal de Limeira

Fotos retiradas da versão digital do Jornal de Limeira

Em apenas seis dias, duas invasões foram registradas no Zoológico de Limeira, no Jardim Mercedes. E, agora, os invasores não levaram gêneros alimentícios. Furtaram do local seis filhotes de jabutis. "São animais de pequeno porte, lentos, não fazem barulho e estão chipados", conta o secretário de Meio Ambiente, Domingos Furgione Filho. Ele está indignado com as constantes invasões. "Estou chateado, frustrado e incomodado. É um desrespeito com o dinheiro público e uma violência ao meio ambiente", fala.

Esta foi a primeira vez, em 2012, que animais são subtraídos. Em anos anteriores, situações semelhantes foram registradas. Neste ano, os furtos envolviam mais alimentos. Só de carne foram subtraídos 150 quilos. "É carne de boa qualidade. Músculo, patinho e coxão duro", revela.

Para coibir os furtos, Domingos afirma que medidas foram adotadas - inclusive recentemente. "Trocamos os cadeados dos recintos e os miolos das chaves. Até a rotina foi alterada", comenta. Uma delas envolve a chegada de alimentos ao zoológico. "Tudo isso para dificultar qualquer tipo de ação", fala.

A situação é delicada. Em seis meses, seis invasões. Uma sindicância está em andamento e outra teve pedido protocolado ontem - no mesmo dia em que Domingos e o secretário de Segurança Pública, Walmir Lunardi Pires Corrêa, registraram o boletim do furto e pediram auxílio da Polícia Civil de Limeira. "Os fatos já extrapolaram a competência da prefeitura na apuração", cita Lunardi.

ARROMBAMENTO

Na madrugada de ontem, o acesso ao zoológico foi pela piscina municipal. "Houve arrombamento de alguns recintos. No das araras, encontramos uma luva. São várias as hipóteses para as invasões", aponta o secretário de Meio Ambiente. Ele demonstra preocupação com os jabutis. Disse que os animais recebem alimentação específica e dependendo do que for oferecido a eles, pode resultar em morte.

A segurança do zoológico é feita pela GCM (Guarda Civil Municipal). Um homem é destinado a fazer a vigilância do local. "Temos 27 prédios públicos para vigiar. E o que podemos antecipar é que houve, sim, falha da Guarda no que diz respeito ao sistema de vigilância", frisa. Uma sindicância também será aberta pela Secretaria de Segurança Pública para apurar as responsabilidades.

Vigilância será reforçada, diz Lunardi

A garantia é dada pelo secretário de Segurança Pública de Limeira, Walmir Lunardi Pires Corrêa. "A Guarda (Civil Municipal) irá intensificar a vigilância", disse. Aliás, a solicitação de guardas municipais durante 24 horas no local é um desejo antigo do secretário de Meio Ambiente, Domingos Furgione Filho.

Domingos reconhece que o espaço, no Jardim Mercedes, tem problemas estruturais. "É uma estrutura inadequada para a realidade de hoje. O espaço existe há 45 anos", fala. A área tem 11 mil metros quadrados.

No novo endereço, no Horto Florestal, o secretário de Meio Ambiente projeta uma situação bem diferente em relação à atual. E lá são 44 mil metros quadrados. "Vamos ter alarme em todos os prédios e câmeras para filmar tudo", garante.

Um suspeito já foi preso

Uma sindicância na Prefeitura de Limeira irá apurar os furtos de alimentos no Zoológico Municipal, no Jardim Mercedes. Segundo o secretário de Meio Ambiente, Domingos Furgione Filho, até agora, um suspeito já foi preso e 70 quilos de carne foram recuperados. "É normal (abrir uma sindicância) quando ocorre este tipo de situação. Como se trata de dinheiro público, a sindicância serve para apurar de quem é a responsabilidade", explica.

Segundo Lunardi, que também fala de uma sindicância na prefeitura para apurar os casos, é fundamental que se descubra quem cometeu os furtos. "O primeiro passo para a solução do problema é esse", diz.

Duas bases da Guarda Civil Municipal funcionam no entorno do zoológico. Uma onde antes existia um restaurante - Base Operacional 1 - e outra no Palacete Tatuiby (antiga sede da Câmara Municipal e que também já abrigou a Secretaria da Educação) - Pelotão Naja. 

Vigilantes já atuam em prédios municipais

A Secretaria Municipal de Segurança já chamou 11 vigilantes, que foram aprovados em concurso público, para atuarem nos prédios públicos da cidade. Segundo o secretário de Segurança, coronel Walmir Lunardi Pires Corrêa, dos 20 aprovados que foram recrutados, somente 11 apareceram. "Eles já começaram a atuar em vários prédios municipais da cidade. Inclusive, a delegação de Limeira que está participando dos Jogos Regionais de Atibaia foi acompanhada por alguns deles", comenta.

Com o início das atividades dos vigilantes, Lunardi explica que alguns guardas que eram usados na vigilância patrimonial puderam ser deslocados para outras funções. "Agora, eles (guardas) podem auxiliar no patrulhamento das ruas da cidade", diz.

Limeira é pioneira em reciclagem de máquinas caça-níquel

por Danilo Janine, para o Jornal de Limeira

Foto do site jlmais.com

Um projeto pioneiro na região para a reciclagem de máquinas caça-níqueis apreendidas pela polícia pode ser a solução para a retirada dos equipamentos que lotam fóruns e delegacias em todo o Estado. Desenvolvido em Limeira, a iniciativa conta com a colaboração do Poder Judiciário, da Polícia Civil e da iniciativa privada.

Delegado seccional de Limeira, José Henrique Ventura explica que após uma determinação nacional que proibia o despejo do chamado lixo digital em aterros sanitários, eles (Polícia Civil) foram orientados pela Cetesb (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental) a procurar uma empresa na cidade de Itatiba que recolhesse esse tipo de material. "Encontrei a empresa (Lixo Digital), que, além de recolher, recicla esses equipamentos, transformando-os em computadores, que, posteriormente, podem ser doados a instituições de caridade do município", diz.

Ventura cita ainda que a medida tem três frentes. "Além de eliminar esses equipamentos (máquinas caça-níqueis), que são proibidos, a medida evita a poluição do meio ambiente, já que o material que polui o solo não é despejado no aterro sanitário e ajuda entidades assistenciais", comenta.

Questionado se o projeto já era aplicado em outras cidades da região, o delegado seccional afirma desconhecer. "Limeira seria a pioneira na região", diz, afirmando que a iniciativa continua e que mais máquinas serão recicladas.

Juiz da 2ª Vara Criminal de Limeira, Luiz Augusto Barrichello Neto explica que foi procurado pelo delegado Ventura, que comentou que tinha encontrado essa empresa. "Ela (empresa) se ofereceu para fazer isso sem custo algum para o Estado. Analisei o projeto e concordei", diz ele, lembrando que pelo fato de estar fazendo uma pós-graduação em Direito do Meio Ambiente, tomou conhecimento de que esse material não poderia ser despejado em aterros sanitários.

Barrichello, que afirma também desconhecer projeto semelhante na região, cita que o jogo só é autorizado em alguns casos no Brasil. "O Estado tem o monopólio do jogo no país (loterias). Por isso, essas máquinas não poderiam existir e as apreensões são numerosas. Como o Fórum e os distritos policiais estavam lotados com as máquinas, resolvemos, ao invés de destruí-las, reciclá-las", diz.

O juiz também conta que não há uma regra específica que determine a destruição dessas máquinas - como ocorre com as armas de fogo apreendidas, por exemplo. "Essas máquinas são compostas por equipamentos usados em computadores. Na reciclagem, são retiradas as placas usadas para o jogo, os Hds são formatados e o que sobra pode ser usado na montagem dos equipamentos", conta.

Segundo dados da Polícia Civil de Limeira, aproximadamente 80% dos equipamentos apreendidos são reciclados. "Algumas máquinas estão danificadas e não têm mais condições de serem usadas. Isso, relacionado à burocracia estatal, faz com que nem todas as máquinas possam ser recicladas", explica Barrichello, lembrando que o sucateamento de produtos relacionados a informática ocorre rapidamente.

Ainda conforme a Polícia Civil de Limeira, somente no primeiro semestre deste ano, foram apreendidas na cidade 384 máquinas. Ainda segundo dados levantados junto à Delegacia Seccional de Limeira, um novo lote com 1,2 mil máquinas deve ser enviado para a empresa em Itatiba para a reciclagem.

Novamente conforme o delegado seccional, já foi feito um contato com a Aril (Associação de Reabilitação Infantil Limeirense) para ver se a entidade tem interesse em receber os computadores reciclados. "Eles poderiam montar uma sala de informática para os atendidos", comenta.