terça-feira, 18 de setembro de 2012

Unicamp debate sustentabilidade com setor de joias


Roxane Regly, para o Jornal de Limeira

A gestão ambiental de produtos ou produção ambientalmente sustentável foi tema de uma palestra, na tarde de anteontem, na FT (Faculdade de Tecnologia) da Unicamp. A abordagem ocorreu durante o "1º Encontro de Inovação e Conhecimento", realizada em conjunto com a "2ª Semana de Tecnologia, Inovação e Design do Sindijoias (Sindicato das Indústrias de Joias de São Paulo)", subsede Limeira.

A gestora ambiental da USP, Sabrina Rodrigues de Souza, abordou as etapas do ciclo de vida de um produto e a transformação destas etapas em sustentáveis. "Os produtos são indispensáveis por serem responsáveis pela qualidade de vida da sociedade. Assim, o equilíbrio entre o social, econômico e ecológico é necessário e essencial", afirmou. Para isso, Sabrina sugere inovação, especialmente nos modelos de negócio.

A preocupação com a sustentabilidade se tornou mais intensa a partir dos anos 90, em especial com a Rio-92, quando surgiu o conceito de desenvolvimento sustentável e a Agenda 21. Também surgiram daí outros elementos - como a exploração do ecomarketing e a criação da certificação ISO 14000.

CICLO DE VIDA
O conceito de ciclo de vida do produto permite que todas as etapas do processo de produção, utilização e destinação final sigam preceitos ambientalmente sustentáveis. "A bola da vez é evitar o impacto ambiental, pensar no produto do começo ao fim, do projeto até a sua morte ou seu retorno ao início do processo", destacou.

As etapas são: projeto, matéria-prima e energias utilizadas, manufatura, distribuição, uso e fim da vida. É necessário associar estratégias ambientais para cada fase do processo. São utilizadas para a gestão ambiental do produto técnicas baseadas no ciclo de vida. A ideia é reduzir o consumo de materiais, selecionar as fontes de energia utilizadas na produção, aperfeiçoar as técnicas e os sistemas de distribuição, prolongar a vida útil do produto e melhorar o fim da vida - se possível, levando o produto para um reinício no ciclo.

Melhorias devem ser implementadas

Sabrina apontou como promover a gestão ambiental de produto, promovendo interferências nas etapas do ciclo de vida de um produto. Para seguir essas melhorias nas etapas, é possível trabalhar com diferentes metodologias - como avaliação do ciclo de vida, avaliação de impactos, ecodesign e remanufatura - e também associá-las.

Em relação aos materiais e tipos de energia utilizados, Sabrina indica a redução da quantidade, evitar a mistura de materiais incompatíveis e geração de híbridos, pois assim tornam inviáveis a reciclagem e a substituição de materiais tóxicos.

Para a distribuição, o empresário deve planejar a logística e reduzir o peso e a complexidade das embalagens. Durante o uso, o que torna um produto ambientalmente sustentável é ter sua vida útil prolongada, permitir a atualização e a utilização de refis.
Na etapa de fim da vida, produtos que têm a desmontagem facilitada e permitem ser reutilzados ou reciclados permitem que a peça seja considerada sustentável.

DIVULGAÇÃO
Após garantida a sustentabilidade do produto, a dica é utilizar-se do ecomarketing. "Vamos unir o útil ao agradável, já que a empresa promove o benefício ao planeta, não há mal em comunicar isso", disse Sabrina.
Para informar os consumidores dos benefícios ambientais, é melhor que a empresa tenha certificados. "Para facilitar a vida das micro e pequenas empresas, temos o ISO 14005, que trata da gestão ambiental por fases, valorizando a criação de projetos ambientais", apontou. "Assim, a empresa vai ganhando maturidade", destacou.

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