segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Quase um bilhão de bitucas diariamente em Limeira

(por Roxane Regly - Especial Planeta Azul/Jornal de Limeira)

Uma única bituca de cigarro leva até cinco anos para se decompor no meio ambiente. Um fumante, que consome diariamente de um a dois maços por dia, num total de 20 a 40 cigarros, gera, consequentemente, de 20 a 40 bitucas.

No Brasil, a proporção de fumantes acima dos 18 anos, em 2010, era de 15,1% da população. O Departamento de Programas e Projetos da Secretaria da Saúde de Limeira acredita que mais ou menos a mesma porcentagem é encontrada em Limeira, ou seja, 15% dos 270 mil habitantes, um total de 40,5 mil pessoas consumindo cigarros diariamente.

Somando que cada um consuma ao menos 20 cigarros ao dia, teremos quase um milhão de bitucas. Elas vão parar no meio ambiente, na maioria das vezes jogadas nas ruas e praças, quase nunca em cinzeiros ou lixos, contribuindo assim para a poluição do município.

O professor de química e pós-graduando em Meio Ambiente na Unicamp, José Otávio Ribeiro, lembra que sem os cinzeiros ou lugares adequados para depositar as bitucas, elas vão direto para o chão. "É assim em bares, restaurantes e lanchonetes em geral. O maior volume de pontas de cigarros é visto nas portas de bancos e em bares e lanchonetes do centro da cidade, em todo lugar. O problema é que são levados pelas enxurradas para as galerias pluviais, despejados em córregos e na rede de esgoto e se transformam em problema ambiental", destacou o ambientalista.

REDE DE ESGOTO
Além de serem levadas pelas enxurradas a rios e córregos, as bitucas também vão parar na rede de esgoto, como lembra Ribeiro. Nas peneiras das estações de tratamento que pré-filtram o esgoto, é comum surgirem tocos de cigarro. "Elas vêm também do mau hábito das pessoas de fumar no banheiro e jogá-las no vaso sanitário, é fácil observar também fumantes nas ruas da cidade jogando suas bitucas no chão sem a menor preocupação, parece difícil achar um local correto para o descarte", opinou Ribeiro.

O filtro de cigarro dura em média no meio ambiente cinco anos para se decompor. "O problema é que as pessoas não imaginam que um pequeno pedaço pode vir a fazer tanto mal e prejudicar tanto o meio ambiente em que vivem", comentou.

BOTA BITUCA: equipamento sustentável evita lixo de fumantes

Ideia de ONG é evitar poluição nas cidades por bitucas
Uma ideia sustentável para evitar a poluição do meio ambiente causada por quem joga as bitucas (ou filtros) de cigarro no chão após o fumo, é o Bota Bituca. O produto é uma iniciativa da ONG Recicleiros, de São Paulo.

De acordo com a ONG, pelo menos 140 bilhões de cigarros são consumidos todos os anos no Brasil. Grande parte dos filtros desses cigarros acaba no meio ambiente, colaborando para a formação de enchentes e a proliferação de doenças. As leis que proíbem o consumo de cigarro em locais fechados aumenta ainda mais a sujeira nas ruas, já que os fumantes não encontram opção e jogam nas sarjetas e calçadas as bitucas.

Tubos podem ser encontrados a venda
O Bota Bituca foi criado por esses paulistanos para combater o mau hábito que causa diversos problemas para a natureza. O equipamento é simples. A pessoa pode jogar os filtros de cigarro mesmo acesos e tampar. Como a vedação é total, o cheiro não sai e o Bota Bituca pode ser guardado dentro do carro, da bolsa ou até no bolso da calça.

O QUE É?
Trata-se de um tubo de ensaio plástico, com tampa, que por seu tamanho se torna portátil e prático. Por enquanto, o Bota Bituca é vendido somente em São Paulo, mas nada impede cada fumante de criar seu próprio acessório. Os tubos de ensaio com tampa são vendidos em lojas de artigos para festa e custam barato, menos de R$ 2 cada. Com um desses é só guardar o filtro, mesmo ainda acesso, que com a vedação ele se apaga. A bituca é lixo e deve ir para o lixo após o fumo, evitando a poluição do meio ambiente. 

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