segunda-feira, 27 de junho de 2011

Biólogo faz percurso do Ribeirão Tatu para gravação de programa de TV

O Jornal de Limeira publicou no dia 19 de junho matérias especiais sobre meio ambiente. Elas foram tema do Caderno de Domingo, ocupando as páginas principais - as centrais - do suplemento semanal. Uma delas, da jornalista Paula Martins, conta a experiência de um biólogo e também integrante de um programa de TV fazendo o trajeto do Ribeirão Tatu. Confira a aventura:

Biólogo faz percurso do Ribeirão Tatu a pé

(por Paula Martins - para o Jornal de Limeira)

Croco gravou programa de TV às margens do Ribeirão Tatu
O biólogo limeirense Matheus Felício, conhecido como Croco, fez, há duas semanas todo o percurso do Ribeirão Tatu, sozinho e a pé. Com o objetivo de ver de perto a realidade do ribeirão, Croco saiu às 4h da manhã de Cordeirópolis, local onde tem uma bacia do ribeirão.

Seguindo o fluxo da água, o biólogo ficou impressionado quando reparou que o ribeirão, na verdade não é um córrego e sim um pântano. "É uma pasto alagado, muito barro. Tinha horas que a água batia na minha cintura, com percurso de mata fechada", conta.

Croco revela ainda que em boa parte das margens do ribeirão não há mais mata ciliar, apenas mato. "Tem um local também que tem um pomar de laranja às margens do ribeirão. Fiquei impressionado, porque não pode e está desbarrancando", fala.

Às 6h15 o dia começou a amanhecer e o biólogo começou a gravar vídeos para o programa em que faz parte, o"Livre Acesso". Quando o dia clareou, Croco teve uma supresa, encontrou com pelo menos 27 macacos pregos pelo caminho na divisa de Cordeirópolis e Limeira. "Eles pulavam muito rápido, não consegui nem chegar perto", comenta. Mas antes disso, o biólogo teve que passar pelo esgoto de Cordeirópolis. "Cheiro forte, muita sujeira, larvas de bichos, moscas, enfim, tudo muito sujo", define. 

A cada três horas, Croco parava para descansar um pouco e se alimentar. Croco vestia camiseta, calça e tênis apropriados para andar na água. Na bagagem - uma mochila nas costas -, lanternas, um kit de primeiros socorros, faca, carboidrato e água. Ao longo do percurso, o biólogo também viu animais como gaviões, urubus, peixes, diversas espécies de pássaros e aves. "Estava esperando ver cobras também, mas não encontrei", diz.

Durante toda caminhada, Croco ficou indignado com a poluição causada pelo homem. Dentro do ribeirão, chegou a avistar uma grande cerca jogada rio a dentro. Fora, viu restos de mangueira plástica, caixas de abelha, entre outras sujeiras.

No meio da tarde, já em Limeira, próximo a Avenida Araras, o biólogo parou por quase uma hora. O motivo, uma forte cãimbra na perna. Às 15h15, ele passava embaixo do pontilhão da Boa Vista. Às 20h Croco chegou em seu destino final, o Bairro do Tatu. É ali que o Ribeirão Tatu desemboca no Rio Piracicaba.

Depois de 54 quilômetros e 300 metros percorridos, em 16 horas de trilha, ele revela que achou o ribeirão mais limpo no trecho de Cordeirópolis. Já o trecho mais bonito é na altura do pedágio entre as duas cidades. Cerca de 14 afluentes desembocam no Ribeirão Tatu. "Meu objetivo agora é fazer um projeto de revitalização, além disso pude perceber que há muito confronto de informação sobre o ribeirão, quando fiz pesquisa na internet", cita.

E para quem pensa que o biólogo para por ai, engana-se. Ele está começando a estudar como vai fazer o percurso do Rio Piracicaba, saindo de Americana e chegando em Piracicaba. "Este projeto deve acontecer ainda este ano. Mas este percurso deve demorar dias e não estou pretendendo ir sozinho. Quero que pelo menos mais uma pessoa vá comigo. Precisa ter mais estrutura do que esse que fiz", adianta.

O vídeo pode ser visto no Youtube, neste link.

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